Vinte e Cinco
Trio Corrente

Vinte e cinco anos atrás, três promissores músicos paulistanos, todos ainda na casa dos 20 anos, tocaram juntos pela 1ª vez, num clube qualquer da cidade de São Paulo.
Em seus planos, nada além de extrair de seus próprios instrumentos e daquele encontro, o prazer que a música livre pode proporcionar. Nenhum deles imaginou o belo futuro que ali se desenhava, nada havia além de acordes, ritmos, solos virtuosos, sorrisos, afinidade plena.
Edu Ribeiro (bateria), Fabio Torres (piano) e Paulo Paulelli (contrabaixo) esperariam até 2003 para gravar o 1º álbum, Corrente, fruto da encomenda do produtor de Tóquio, Guenoshin e ainda viram passar mais 2 anos até que em 2005 o álbum saiu pela gravadora Maritaca, da renomada compositora e produtora Léa Freire.
Curioso lembrar que até aí o grupo não tinha ainda o nome pelo qual ficou conhecido Foi à partir do álbum de estreia que a imprensa e os fãs, de forma natural, passaram a chamá-los de TRIO CORRENTE
Duas décadas e meia depois, com o Grammy Award e o Latin Grammy na estante, o grupo apresenta seu novo álbum, VINTE E CINCO.
Pela 1ª vez a maior parte das faixas é autoral, com três músicas de Paulo Paulelli, uma do Fabio Torres e releituras de Pixinguinha, Chico Buarque e Lô Borges. O repertório abrange a essência do Trio, como a ousadia jazzística ao tocar a música brasileira, o Samba e o Choro, mas também mostra a liberdade criativa nas autorais Suíte (Torres) e Cinco Torres (Paulelli).
O tempo trouxe maturidade e um inegável apuro técnico mas não parece ter tirado o desejo pela inovação e desafio que sempre marcaram a vida do Trio. Como muitas vezes ouvimos do público: o Trio Corrente é a reunião fantástica de três músicos cujo o resultado supera as 3 unidades. Sim, essa música é fruto daquela afinidade, amor e amizade que existia naquela noite fria do outono paulistano, 25 anos atrás.
As faixas do álbum
1. Tudo que você podia ser (Lô e Marcio Borges)
Fiel ao estilo do Trio, o pianista Fabio Torres traz esse arranjo com variações rítmicas e harmônicas para essa melodia icônica do Clube da Esquina. Destaque para o solo repleto de modulações rítmicas de Edu Ribeiro.
2. Cinco Torres (Paulo Paulelli)
Música dedicada ao parceiro, Torres, apresenta o estilo de composição característico de Paulelli, com inventividade plena, abrindo mão de repetições redundantes, causando uma viagem sensorial ao ouvinte.
3. A Volta do malandro (Chico Buarque)
Edu Ribeiro traz esse arranjo surpreendente do famoso samba de Chico, encaixando a melodia num compasso totalmente inesperado.
4. Suíte (Fabio Torres)
Uma peça de fôlego do pianista onde aparecem suas influências da música erudita e do jazz contemporâneo. Igualmente se ouvem os ecos da canção mineira. Harmonia rebuscada e desenvolvimento temático são o pano de fundo para solos vibrantes de Paulelli e Torres.
5. Segura Ele (Pixinguinha)
O clássico choro mostra a essência do Trio Corrente com arranjos e improvisos cheios de contrapontos.
6. A Volta do Benny (Paulo Paulelli)
Samba rápido no compasso de 7/4 dedicado ao grande saxofonista americano, Benny Golson. Peça de caráter bem jazzístico com espaço para as criativas improvisações do Trio.
7. Choro da Melaleuca (Paulo Paulelli)
Duas partes distintas trazem a verve melódica e harmônica do contrabaixista com ecos de Toninho Horta.